NoA
Evidentualmente
CD 2020

O grupo existe desde 2012 e tem vindo a tocar regularmente, o que oferece uma homogeneidade que é evidente desde a primeira faixa do disco. Composto por três músicos com provas dadas, Nuno Costa, Oscar Graça de André Sousa Machado (guitarra, teclas e bateria), o primeiro disco dos NoA, «Evidentualmente», reflecte essa cumplicidade antiga. Tranquilidade, sobriedade e elegância das formas, uma música sem escolhos, onde os temas evoluem com alguma previsibilidade.

Sem se firmar num género, dir-se-ia que a música dos NoA pertence a uma síntese por onde passa o Jazz, esse género híbrido que dá pelo nome de Americana, e a canção portuguesa, mas também a pop/ rock.

É uma música calma (perigosamente calma), para ouvir ao fim da tarde, num espírito que não procura a emoção, mas também sem tédio e de alguma felicidade. A estranheza surge raramente, em «Sete anos ao tabefe», numa acentuação mais rock, no interlúdio «Les Trois», ou no «quási-fado» «Valéria»; mas o que perdura é a melodia de «Abertura», a evocação do Bill Frisell mais espacial (e mais country) de «Noriaty» e de «O Duende do Velho Oeste», ou finalmente a irreverância singela do clássico «All the Things You Are». As vocalizações não eram necessárias.

Nuno Costa (g)
Oscar Graça (tec)
André Sousa Machado (bat)